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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lentidão põe em xeque a web móvel

Os mais de 2,2 milhões de brasileiros que usam modens 3G para acessar a internet passam hoje por uma encruzilhada tecnológica. Aquilo que era a promessa de internet em qualquer lugar e mobilidade completa tem deixado muitos consumidores desapontados, principalmente aqueles que viam na conexão pela rede de celular uma alternativa às restritas opções de serviços de banda larga fixa.
A insatisfação com as velocidades e com a qualidade dos serviços mostra que a demanda por internet móvel está evoluindo muito além do que a tecnologia e a infraestrutura de telecomunicações consegue acompanhar. Com as vendas de notebooks em alta (em 2008 foram vendidas 3,2 milhões de unidades), as pessoas passaram a querer usar internet 3G da mesma forma que usam banda larga fixa. E simplesmente não dá.
É por isso que a velocidade de conexão foi o pior atributo dos modens 3G em uma avaliação entre mais de 600 clientes pesquisados para um estudo sobre a internet móvel no Brasil, da consultoria YankeeGroup.
O advogado Alexandre Corrêa, de Osasco (SP), é um dos que se frustraram. Usuário há quase quatro meses, quando comprou um netbook e cancelou o plano de banda larga de casa, ele diz que a velocidade ficou em um nível adequado apenas no primeiro mês. “Só não me arrependi por completo porque o benefício de levar o notebook e acessar a internet em outros lugares ainda compensa.”
A situação dele é parecida à de outra cliente procurada pelo Link. Marta de Souza, de Guarulhos (SP), chegou a trocar de operadora para ver se a lentidão mudava, mas não teve sucesso. “Não vejo filmes, não baixo jogos, não faço download de nada; uso para ler e-mail, notícia e só; e não funciona. Tenho medo de trocar (de empresa) de novo e encontrar outro serviço que não dê conta”, afirma.
Analistas e especialistas em telecomunicações, porém, estão mais otimistas do que os usuários. De acordo com eles, as dificuldades são causadas porque houve um crescimento muito além do esperado e as redes das operadoras não estavam preparadas. Em um ano de crise, as empresas ainda não puderam investir tanto para acompanhar a expansão. Outra questão é a própria tecnologia de transmissão de dados pelas redes de celular, que tem problemas de todos os tipos: está sujeita à interferência e não comporta uma grande quantidade de tráfego de informação, como nas redes fixas, já consolidadas.
"O 3G não está propondo uma mobilidade estática (como no Wi-Fi). É uma mobilidade para trocar pacotes de dados mesmo em um carro. É uma rede complexa e a probabilidade de ter alguma interferência é muito grande”, explica Hélio Salles, diretor de mercado de telecomunicações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
O problema é exatamente esse. Assistir a vídeos, baixar arquivos com centenas de megabytes, fazer ligação de voz já são hábitos comuns (e pesados). Como não é possível garantir nem uma velocidade de 1 megabit por segundo, nos casos mais otimistas, a impressão que o 3G passa é a de uma tecnologia nova que não dá conta do que as pessoas precisam.
"Até pela forma que foi divulgado, o modem 3G gerou uma expectativa alta no consumidor, que esperava uma banda larga como a de casa, e a conexão não suporta”, diz Vinicius Caetano, analista do IDC. E Júlio Püschel, do YankeeGroup, conclui: “Entendo o lado das operadoras, mas elas têm de se preparar para não deixar uma percepção ruim do serviço”.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pontos de acesso da Cisco podem expor redes a ataques

A AirMagnet, empresa norte-americana que desenvolve soluções de segurança para redes sem fio, descobriu que pontos de acesso da Cisco, aparelhos que propagam o sinal da rede, podem permitir que um hacker direcione tráfego para fora de uma organização, podendo dar a pessoas não autorizadas o acesso para toda a rede corporativa.
O porta-voz da Cisco, Ed Tan, disse que a empresa foi alertada pela AirMagnet e que está investigando o problema. “Não vamos nos pronunciar sobre a vulnerabilidade até que as investigações sejam finalizadas e que tenhamos uma medida corretiva que atenda todos os nossos consumidores”.
Na raiz do problema, está a ação de adicionar novos pontos de acesso na rede. Alguns equipamentos da Cisco, quando incluídos na infraestrutura, entram em contato com os equipamentos já existentes automaticamente, mas não escondem os endereços IP e MAC (Media Access Control). Captar essa informação pelo ar é simples e pode ser feito por ferramentas gratuitas que existem na internet.
Com base nessa informação, uma pessoa poderia atacar o servidor com uma negação de serviço e tornar indisponível uma seção inteira da rede. Nesse caso, o atacante deveria estar no local da rede para conseguir fazer essa tarefa.
O maior potencial de risco é que o hacker consiga conectar o ponto de acesso a outro equipamento fora da empresa, ganhando acesso a toda a rede corporativa. “Seria quase como criar uma porta dos fundos apenas usando um aparelho barato de ponto de acesso”, afirma o diretor de produto da AirMagnet, Wade Williamson.
A vulnerabilidade afeta todos os pontos de acesso de menor porte da Cisco, ou a maioria dos aparelhos de ponto de acesso que a empresa lançou desde 2005.

Confirmado: vem aí a 'internet elétrica'

A internet e diversos outros tipos de dados, como sinal de TV por assinatura, já podem chegar à casa do consumidor brasileiro pela rede elétrica.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a resolução que define as regras para o uso da tecnologia Power Line Communications (PLC), que era o último documento que faltava para que a internet transmitida pela rede de distribuição de energia se tornasse viável. O regulamento determina as condições para o uso da infraestrutura das empresas distribuidoras de energia elétrica para implantação do sistema que permite a transmissão de dados por meio da rede já existente. A Cemig é uma das operadoras mais adiantadas no processo, uma vez que já conta com a Infovias, subsidiária com capacidade para oferecer esse serviço. Testes estão em curso. No entanto, ainda existem alguns entraves tecnológicos. Por isso, a expectativa é de que a internet pela rede elétrica para os mineiros apenas seja oferecida comercialmente a partir do ano que vem. O mesmo deve ocorrer no restante do país.

A resolução que acertou as regras para o uso da PLC delimita o uso das redes elétricas de distribuição para fins de telecomunicações, garantindo a qualidade, confiabilidade e adequada prestação dos serviços de energia elétrica, gerando incentivos econômicos ao compartilhamento do sistema e zelando pela chamada modicidade tarifária. Isso significa que, além de poder ser oferecida por um custo menor para o consumidor, por já contar com uma rede pronta para a distribuição, a internet pela rede elétrica tende a representar redução na conta de energia. Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, que esteve em BH no dia 14, a partir de agora, qualquer concessionária que domine a tecnologia e esteja pronta para oferecer o novo serviço vai poder apresentá-lo aos clientes. Mas as concessionárias de energia não vão poder explorar o serviço diretamente. Só devem oferecer a internet por meio de subsidiárias ou empresas parceiras. O uso da rede de distribuição é cobrado, parte dessa receita terá de ser revertida em benefício do consumidor e deve implicar redução das tarifas de luz. Segundo o diretor da Aneel, as empresas de telecomunicações que se interessarem em oferecer a internet via rede elétrica terão de arcar com os custos de adaptações necessárias.

De acordo com a Aneel, o prestador do serviço de PLC deverá seguir os padrões técnicos da distribuidora, o disposto na resolução e na regulamentação de serviços de telecomunicações e de uso de radiofrequências da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A implantação e a exploração do PLC não poderão comprometer a qualidade do fornecimento de energia elétrica para os consumidores e, se houver necessidade de investimento na rede, o custo será de responsabilidade da empresa de telecomunicações. Embora seja utilizado o mesmo meio físico (as redes de distribuição de energia elétrica), a tecnologia permite o uso independente dos serviços e, portanto, a concessionária também vai poder usar a infraestrutura do prestador de serviço de PLC para atender às suas necessidades e interesses. Ao disponibilizar a sua rede de distribuição, a concessionária deverá dar ampla publicidade por um prazo mínimo de 60 dias para a manifestação de interessados. A escolha do prestador do serviço deverá ser divulgada em até 90 dias após o pedido.

Empresas de tecnologia temem armazenar suas informações na internet

O discurso de marketing dos fornecedores a respeito das maravilhas proporcionadas pelo cloud computing (computação em nuvem) não tem sido suficiente para estimular a adoção do modelo. Pelo menos é o que mostra um estudo realizado pela CIO nos Estados Unidos, o qual aponta que os decisores da área de tecnologia das organizações estão mais preocupados em entender os benefícios e os problemas de segurança ligados a esse tipo de modelo do que estavam há um ano.

O levantamento, realizado com 240 decisores de tecnlogia da informação ao longo do mês de junho de 2009, mostra que as dúvidas dos executivos em relação às questões de segurança, gestão de dados, retorno sobre investimento e legislação cresceram em comparação com a mesma pesquisa feita em agosto de 2008.

No atual estudo, 51% dos entrevistados disseram que estão preocupados com os problemas de segurança que podem ser gerados pela adoção da computação em nuvem. No levantamento realizado no último ano, esse índice era de 45%. Da mesma forma, a questão de perder o controle sobre os dados foi citada como um ponto negativo para 37% dos executivos que responderam à atual pesquisa, contra 26% em 2008.
Por fim, a preocupação sobre o cálculo do ROI (retorno sobre investimento) e do custo total de propriedade foi citada por 17% dos profissionais ouvidos no estudo recente – contra 11% no último ano.

Censo Demográfico 2010 será digitalizado

O Censo Demográfico 2010 do Brasil trará novos questionamentos à população, incluindo a pergunta se há computadores em casa com acesso à internet. Além disso, o próximo censo será o primeiro totalmente digitalizado.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta terça-feira (1/9), no Rio de Janeiro, que cerca de 230 mil recenseadores terão um computador portátil e GPS (Global Positioning System) para trabalhar.
Aproximadamente 58 milhões de domicílios nos 5.565 municípios do Brasil receberão a visita de um recenseador para o Censo 2010.

O presidente do instituto, Eduardo Pereira Nunes, aponta que a informatização não será útil apenas na apuração dos dados, mas também em sua disseminação.
“O IBGE vai oferecer toda a informação ao usuário, que poderá cruzar os dados que desejar, de acordo com a variável de seu interesse. Além disso, os ministérios brasileiros poderão, com estes dados, traçar novas ações nas políticas públicas”, afirma.

Alguns cidadãos poderão responder ao questionário pela internet e, para isso é necessário receber as instruções e o código de acesso fornecido pelo recenseador do IBGE.

O questionário básico terá 16 perguntas e será aplicado em todos os domicílios brasileiros. O questionário da amostra terá 81 perguntas e será respondido por parte da população.

O Censo 2010 está previsto para começar no dia 1º de agosto de 2010. Depois de encerrado, cerca de 140 mil computadores portáteis que serão utilizados na pesquisa serão transferidos para o Ministério de Educação. Os equipamentos serão distribuídos para as redes de professores das escolas municipais.

sábado, 12 de setembro de 2009

GPS com localização em tempo real

Com múltiplas possibilidades, tais como proteção anti-furto e sequestro, detecção de cargas e controle de menores ou idosos, o GPS Tracker chega ao mercado brasileiro com a função de monitorar e localizar qualquer pessoa ou objeto em tempo real.
O aparelho portátil realiza os comandos de forma rápida, para pessoas ou produtos que tenham a necessidade de serem transportados para locais distantes. Tudo para evitar possíveis transtornos.

Com alta tecnologia agregada, o dispositivo envia sinais de dois em dois minutos informando seu posicionamento, horário, data, velocidade (se estiver no carro), nome de ruas ou avenidas e, inclusive, o som ambiente.
Para receber os dados, é necessário apenas cadastrar um número de celular no aparelho para onde serão direcionadas as coordenadas.

Uma das principais funções relativa à segurança pessoal é a opção “Pânico”. Quando ativada, ela envia informações de sua localização de forma silenciosa para até cinco números cadastrados, permitindo o acesso ao local em que o indivíduo está no exato momento do ocorrido.

Além disso, o produto permite a detecção da posição por regiões. O usuário pode delimitar uma determinada área e, caso o rastreador saia desse limite, o administrador recebe imediatamente a informação. O aparelho também auxilia o motorista, em trânsito, a manter-se dentro da faixa de velocidade permitida por lei.

A função “Alerta de movimento” possibilita que ele tenha o controle do limite em que o veículo está sendo conduzido. O monitoramento pode ser verificado gratuitamente através dos sites: www.gpsgate.com ou www.maps.google.com.br.

Disponível na loja virtual www.timevision.com.br, funciona com chip de qualquer operadora, com exceção da operadora Vivo, e está à venda pelo preço de R$ 1.399,99.



Unicoba lança produto mais fino

Apontador Slimway, com tecnologia Apontador, chega ao mercado com design inovador e a maior cobertura de mapas do país. A Unicoba (www.unicoba.com.br), empresa que atua no mercado de tecnologia há mais de 35 anos, lança o Navegador GPS Apontador Slimway, o aparelho mais fino e moderno do Brasil. Com a maior cobertura de mapas e mais de sete mil radares cadastrados, o lançamento chega para se tornar referência em navegação.

Novo software de compactação WinRAR 3.9 ganha velocidade

Uma nova versão de um dos mais populares aplicativos de compactação e criptografia está disponível em português. Segundo o desenvolvedor, o WinRAR 3.9 é mais veloz na compressão de arquivos em comparação com as versões anteriores, pois permite melhor aproveitamento da capacidade de processadores com mais de um núcleo.


Disponível em versões de 32 e 64 bits, o utilitário suporta os formatos mais populares de arquivos compactados (RAR, ZIP, CAB, ARJ, LZH, ACE, TAR, GZip, UUE, ISO, BZIP2, Z e 7-Zip) e é capaz de reconhecer e selecionar automaticamente o melhor método de compressão. Para proteção, utiliza chave de 128 bits e assinatura autenticada, oferecendo segurança no envio de dados confidenciais.
Há também a facilidade para dividir grandes arquivos, melhorando o transporte (para casos de envio por e-mail onde o administrador limita o tamanho dos anexos). Outra novidade é o conteúdo do menu, que pode ser acessado pelo Windows Explorer.
Embora costume ser baixado indistintamente de sites de P2P, o WinRAR não é um software livre. Sua licença custa 58 reais e pode ser adquirida, por download, da Siliconaction distribuidor oficial do utilitário para a América Latina.

Quem quiser baixar uma versão trial do aplicativo pode fazê-lo a partir do site do desenrolvedor (www.win-rar.com). Esta versão tem todas as funcionalidades ativadas por 40 dias. Depois deste prazo, o software pode continuar em uso, mas com restrições, como a possibilidade de criar arquivos executáveis que são descompactados sem a a ajuda do WinRAR.
O programa é compatível com todas as versões do Windows e, na versão não gráfica (comandos de linha) é compatível com Linux, DOS, OS/2, FreeBSD e MAC OS X.

Aplicações móveis em nuvem somam 1 bilhão de usuários até 2014

A consultoria ABI Research prevê que o número de usuários de computação em nuvens (cloud computing) em ambientes móveis crescerá em ritmo acelerado nos próximos 5 anos. O número de 42,8 milhões de assinantes em 2008 (1,1% de todos os usuários de telefonia celular) deve saltar para 998 milhões em 2014 (19%).
De acordo com Mark Beccue, analista sênior da ABI, a tendência indica que as aplicações móveis baseadas em cloud computing devem desbancar o atual formato consagrado pelas lojas online de aplicativos das fabricantes de celulares e smartphones.

Beccue afirma ainda que, até o ano que vem, o maior aumento será no total de assinantes móveis que utilizam softwares relacionadas à localização, como aplicativos de navegação e mapas. De acordo com o especialista, 60% dos usuários de serviços móveis baseados em cloud computing terão esse enfoque.
No entanto, outros aplicativos devem começar a ganhar espaço a partir de 2011, como suítes de produtividade para negócios, aplicativos de gerenciamento de vendas, softwares que controlam automação de ambientes físicos - de escritórios ou residências - e ferramentas de colaboração.

A ABI prevê, ainda, que 2010 será o ano em que os maiores fornecedores de plataforma como serviço, caso das norte-americanas Google, Amazon AWS e Force.com, tornarão mais agressivas as campanhas de marketing a favor de seus serviços móveis.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Opera 10 Turbo é lançado em batalha contra Google e Apple

A norueguesa Opera Software lançou nesta terça-feira uma nova versão do seu navegador, o Opera 10, prometendo downloads mais rápidos. A Opera disputa a posição de terceira maior produtora de browsers com o Chrome, do Google, e o Safari, da Apple, mas está muito atrás da Microsoft e da Mozilla Foundation.

A fabricante informou que o novo navegador é significativamente mais rápido em páginas com muito recursos, como o Facebook. A Opera afirmou que a função Turbo para conexões lentas, que empacota páginas da web, torna o navegador até oito vezes mais rápido que os concorrentes em velocidades de acesso mais lento à web.

"Nós trabalhamos muito na tecnologia Opera Turbo e também fizemos importantes melhorias na estabilidade geral do produto. Este é o navegador Opera mais estável até agora", informou a companhia.

As produtoras de software normalmente lançam várias versões sucessivas de teste dos seus navegadores para que possam incorporar a reação do usuário em uma série de melhorias antes do lançamento final. A Microsoft apresentou seu último navegador IE8 em março, após um ano de testes com o público. A Opera lançou uma versão teste do navegador em 3 de junho.

O Internet Explorer, da Microsoft, é usado em cerca de 60% do tráfego global na internet, enquanto o Firefox, da Mozilla, responde por quase 30%. O uso do Opera, do Google Chrome e da Apple gira em torno de 3% cada, segundo a empresa de pesquisa StatCounter.

A Opera tem uma participação menor no mercado global de navegadores de desktops, mas seu produto é o mais popular em países como a Rússia ou Ucrânia. Além disso, o navegador móvel da companhia é o mais amplamente adotado em celulares.

O Opera 10 pode ser baixado a partir do endereço www.opera.com/browser/download/

Internet chega aos 40 anos com ameaças a seu crescimento

Poucos prestavam atenção, em 2 de setembro de 1969, quando cerca de 20 pessoas se reuniram no laboratório de Kleinrock, na Universidade da Califórnia (EUA), para assistir dois computadores passando volumosos dados de teste sem sentido por meio de um cabo cinza, cujo comprimento era de mais ou menos 15 metros.

Vídeos divertidos não estavam na mente de Len Kleinrock e sua equipe da Universidade da Califórnia, quando começaram os testes daquilo que, em 40 anos, se tornaria a internet. Tampouco as redes sociais eram pensadas, ou a maioria de outros aplicativos cujo uso fácil atrai mais de um bilhão de pessoas on-line.

Em outro viés, os pesquisadores procuraram criar uma rede aberta para a troca livre de informações --uma abertura que, em última instância, estimulou a inovação que mais tarde iria criar sites como YouTube, Facebook e a própria World Wide Web.

Há ainda muito espaço para inovação atualmente --mesmo que a noção de "abertura" esteja ruindo. Embora a internet esteja disponível de forma mais ampla e rápida do que nunca, as barreiras artificiais ameaçam a continuidade do seu crescimento. Em outras palavras, uma crise de meia-idade.

Muitos fatores são culpados. Spam e ataques de piratas virtuais forçam os operadores de rede para erguer barreiras de segurança. Regimes autoritários bloqueiam o acesso a muitos sites e serviços dentro de suas fronteiras.

"Há mais liberdade ao usuário típico de internet para jogar, para se comunicar, fazer compras --mais oportunidades do que nunca", afirma Jonathan Zittrain, professor de direito e cofundador da Harvard's Berkman Center for Internet & Society. "Por outro lado, que é preocupante, existem algumas tendências de longo prazo que estão fazendo com que seja muito mais possível o controle [da informação]".



Retrospecto

A década de 1970 trouxe comunicações por e-mail e os protocolos TCP/IP --inovações que permitiram a conexão de várias redes e que, por sua vez, formaram a internet. Os anos 1980 deram origem a um sistema de endereçamento com sufixos como ".com" e ".org", aos endereços de rede, cujo uso é amplamente difundido atualmente.

A internet não se tornou uma palavra corriqueira até os anos 1990. Porém, depois que um físico britânico Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web (subconjunto da internet que facilita a ligação de recursos por meio de posições diferentes). Enquanto isso, prestadores de serviços como o America Online colocaram milhões de pessoas conectadas, pela primeira vez.

A obscuridade ajudou com que a internet florescesse livre de restrições regulamentares e comerciais, que podem desestimular ou mesmo proibir experimentação.
"Durante a maior parte da história da internet, ninguém tinha ouvido falar dela", disse Zittrain. "Isso deu tempo para que ela se provasse funcional e criasse raízes."

Até mesmo o fluxo livre de pornografia levou a inovações na rede, como os pagamentos de cartão de crédito, o vídeo on-line e outras tecnologias, hoje bastante difundidas no uso geral.
"Ao permitir o acesso ilimitado, mil flores florescem", diz Kleinrock, o inventor da rede em 1969, que é professor da Universidade da Califórnia desde 1963. "Uma coisa que você pode prever sobre a internet é que você vai se surpreender com aplicativos que não esperava."

Esse idealismo, entretanto, está se dissolvendo.

A disputa entre Google e Apple mostra algumas dessas barreiras. A Apple, com seu iPhone, restringe os softwares que podem ser colocados no smartphone. Recentemente, a empresa de Steve Jobs bloqueou o aplicativo para o Google Voice, dizendo que ele é muito pesado para o iPhone. Céticos, contudo, sugerem que se trata de um movimento do Google para competir no serviço de celulares inteligentes.

Entre desktops, o governo dos EUA trabalha com o conceito de "neutralidade na internet". Na prática, significa que um provedor de serviços pode não trafegar certas formas de dados como outros.

Mesmo que os prestadores de serviços não interfiram ativamente com o tráfego, podem desencorajar o uso dos consumidores irrestrito da internet com limites no uso de dados mensais. Alguns provedores de acesso estão testando limites drasticamente mais baixos ---que poderiam significar um custo adicional para assistir a um filme on-line de qualidade.

"Você está menos propenso a experimentar as coisas", diz Vint Cerf, um dos fundadores da Internet. "Porque ninguém quer uma fatura surpreendente no final do mês."